terça-feira, 27 de março de 2012

Pronto para seguir

Cá estou mais uma vez com uma 'nova-velha' música. 'Nova-velha' porque é uma música que eu já tinha gravado há muito tempo, mas algo na gravação (e não na música em si) não estava me agradando. Hoje tomei coragem e fiz uma coisa que não gosto muito (mas acho que estou aprendendo a gostar): regravei.
'Pronto para seguir' é um Jig Nordestino, ou seja, uma música com sonoridade nordestina no feeling dos jigs irlandeses - compasso 6/8. Seria talvez muita audácia minha dizer que é um jig só por causa do compasso, não? Ou talvez dizer que tem uma sonoridade nordestina só porque em certo ponto me utilizo do mixolídio, não?
Enfim, eu mesmo estou nomeando esse estilo de Jig Nordestino porque foram duas coisas que tive em mente na hora de compor e, consequentemente, vai soar assim para mim. De qualquer forma é possível, sim, perceber o clima irlandês /nordestino aí, seja na estrutura, nos timbres, no sotaque instrumental, etc.. Aliás já tenho um post falando sobre o Jig Nordestino com outra música minha.
Estou usando nessa gravação: dois bouzoukis, banjo, bodhran e a tin whistle. Eu sinto que essa música começa inocente, um só instrumento, melodia muito simples e até repetitiva, mas acho que ela começa a tomar um rumo muito bonito e cheio de energia! Sim, eu sinto muita energia nessa música, algo que talvez não estivesse consciente no momento da criação. Eu a descobri mais ouvindo do que criando.
Para mim as duas partes finais são as melhores, pela beleza da melodia. Tem um 'quê' de bastante introspectivo e nostálgico nelas, não sei o porque! Enfim, fiquei feliz em estar errado quanto a idéia de regravações, pois valeu mesmo a pena fazer isto!

Pronto para seguir

Não sei se coloco a primeira versão dessa música aqui, posso fazer isso qualquer dia desses se for do interesse de alguém.

Até a próxima!

sábado, 24 de março de 2012

O olho que chovia

Hoje vou falar de uma música que fiz faz tempo - se não me engano em 2009.
É uma música curta e na verdade não tem muito o que falar. Eu não lembro exatamente o que me fez compo-la e nem o que pensei. Ouvindo, atualmente, eu a acho bem simples, humilde e bonita. O som da chuva dá um certo tom de nostalgia e paz, afinal existe coisa melhor que tocar violão com uma trilha de fundo natural como essa? Eu sinto também um 'clima', uma energia de medievalismo nela, principalmente na parte em que entram as flautas.
Gosto muito da parte em que faço o dedilhado nos harmonicos. Eu realmente, dentro de uma visão de 'um eu do passado que já não sou mais eu', achei uma sacada e tanto, e juntar este som aos sapos deu um resultado muito legal!
Algo bastante curioso é que gravei esta música toda utilizando um simples microfone de computador:


Exatamente esse! E vou lhe dizer: poucas vezes fiz gravações tão boas quanto as que já fiz com esse bicho ai! (ok, exagerando um pouquinho hehehe) Mas, me digam, não é mesmo impressionante a qualidade de gravação, levando em conta esse microfone com aparência tão inofensiva? Na época eu não tinha  os equipamentos de hoje (ainda humildes, mas melhores!), e gravava tudo com ele. Eu realmente estou pensando em comprar mais um desses - o outro quebrou :( - e fazer um mix entre meus microfones, acho que ele pega umas frequências bem legais e com ótima qualidade!
Ainda pretendo remixar esta música, e tenho certeza que a qualidade ficará ainda melhor! Viva esse microfone de computador!

Aí esta a música:


O olho que chovia

Espero que gostem e comentem!
Abraços e até a próxima!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Novo visual

Alô! O blog está de visual novo, gostaram? Fiquem livres para dar opiniões, é importante para mim, um humilde e sem muita experiência com blogs. A arte é de Artur Rios (Tantão!). Aqui está o blog dele http://artur-rios.blogspot.com.br  vale a pena visitar, lá ele diz muito brevemente como fez o desenho (do topo!) e tem várias das suas obras!
Ultimamente está um pouco complicado postar coisas aqui com tanta frequência como antes (tem horas que falta o que gravar, o repertório vai acabando e a inspiração tem seus altos e baixos hehehe), mas logo logo eu estou colocando coisa nova aqui!
Enquanto isso dá uma passeada pelo blog e me diz o que achou!

Abraços!

Segundo post sem música nenhuma ;(

sábado, 17 de março de 2012

Zanaretu Ralnatu - um pouco dos tuaregs...

Hoje vou falar dos Tuaregs, ou melhor, da música deles e de como me inspirei para criar uma nesse mesmo esquema.
Conheci o fantástico grupo Tinariwen através do blog de Tiago, e fiquei encantado após algum tempo de ouvida. Confesso que de início não tive muita paciência para ouvir, mas isso é normal, faz parte de cada momento. Foi somente quando tive calma que tive o prazer de aproveitar toda essa sonoridade tão orgânica e verdadeira. Não demorou muito para que eu procurasse por outros albuns e bandas. Descobri outro grupo muito bom também, chamado Tamikrest (é, lá parece que é tudo com 'T'!). Vale a pena ouvir e conhecer!
Para começar já é instigante pensar em pessoas que vivem no deserto, que tem uma origem nomade, em camelos, com todos aqueles lenços no corpo, de pele azulada e por aí vai, imagina então eles fazendo uma música tão distinta com guitarras! Me perguntei por muito tempo como é que eles ligavam os amplificadores e instrumentos elétricos no meio do deserto, hehehehe.. mas é claro que hoje já não são tão nomades como seus antepassados.
Então eu resolvi liberar o meu lado rock n' roll dos desertos e fazer uma música neste mesmo pensamento! Se chama Zanaretu Ralnatu, e isso, dentro da minha tradição de 'tuareg de apartamento' não é exatamente um título de música, mas sim um nome para o que a música quer dizer... por exemplo, há outra música minha (com parceria do meu irmão) que também se chama Zanaretu Ralnatu. Vou explicar um pouco da onde vem tudo isso..

Eu e meu irmão tínhamos um projeto de recriar um ambiente musical, como se fosse parte de uma cultura imaginada (apesar de não ter sido formatada por nós... nem sabemos que cultura seria essa). Na verdade a proposta inicial era tocar o que desse vontade, daí veio o nome do projeto 'Selvageria', sem combinarmos nada... era pegar e tocar. Mas eu, com minhas inspirações etnomusicologicas, comecei a criar uns temas já com esse pensamento de ambiente musical imaginado, e isso, é claro, fez com que meu irmão desanimasse hahahaha.. enfim, gravamos umas boas músicas, apesar de tudo! Aqui vai, por exemplo, um Zanaretu Ralnatu:
 
Zanaretu Ralnatu

Um dos princípios disso tudo era cantar numa língua própria. Como inventar uma língua é bastante trabalho para um simples 'projeto de verão', nós fizemos o seguinte: essa língua é uma embaralhação das palavras em português com algumas modificações ao nosso gosto. Então sim, as letras tem significado, pois foram escritas em português antes. (Para se divertir: tente descobrir o que significa Zanaretu Ralnatu, fácil hein?)

Resolvi aproveitar essa língua para a minha canção tuareg, justamente para dar esse tom de estranhamento e não pertencimento a nada brasileiro (o que seria interessante também, não estou descartando a idéia). O resto todo foi pensado instintivamente, de acordo com minhas análises de ouvinte com os grupos que conheci. Aí vai:

Zanaretu Ralnatu

Eu acho que o resultado ficou muito legal, é uma canção bem bonita e poderosa! (Sugestão: ouvir com fone sempre é melhor, diga não a caixinhas de computador).

Deixo aqui também um vídeo do Tinariwen:



Até a próxima!


(Ah! Em breve vou fazer uma reformulação do visual do blog, gostaria da opinião de vocês)